terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Não fui arrastado para o mar, nem levei com uma pedra na caveira!

Olá! Cá estou eu de volta ao “Murro” e desta vez com um murro mesmo ali na esquina do fígado como quem vai para a boca do estômago.

E para infelicidade de alguns; apesar de ter ficado incontactável durante dois dias devido ao senhor do MEO que traz Internet aqui para casa ter ficado atolado no lameiro pelos tomates; não fui arrastado para o mar nem levei com uma pedra na caveira, até porque aqui na Calheta a água não tem hipótese de correr.

Tirando a via expresso, a água é logo escoada pelos buracos e gretas das estradas das zonas mais altas do concelho.

É de lamentar todas as vítimas deste fenómeno meteorológico, mas pior mesmo só a estupidez e hipocrisia de alguns autarcas, que são, tão ou mais responsáveis do que a própria chuva.

É que se bem me lembro, três das zonas mais afectadas, são fozes de ribeiras que foram estranguladas por sucessivas obras.

A mais recente a da zona do “Dolce Vita” que já na data da sua construção tinha sofrido várias inundações pela sua proximidade da ribeira.

As caveiras dos engenheiros tiveram ideias fantásticas. E resolveram preencher o leito da ribeira de forma a isolar os andares inferiores desse monstro que surgiu no centro da nossa principal cidade. E a Câmara autorizou!

Agora chorar lágrimas de crocodilo em directo na televisão nacional, isso fica-lhe mal, senhor Miguel de Albuquerque!

Assumir um erro e a sua responsabilidade, é um dever que resulta do abuso de liberdade!

Quanto ao presidente do governo regional, já nada me faz confusão partindo daquela cabeça.

O homem continua vivendo num sonho de turismo e riqueza, e nem as imagens de destruição e pobreza o fazem despertar para a realidade em que nós vivemos... enfim! Que posso eu fazer?

Em termos de política também é do melhor que aqui temos, visto que o resto da oposição anda mais preocupada com os seus interesses pessoais em lutas de tribunais, processando o governo em milhões por expropriações de prédios abandonados ou mesmo ruínas de um legado inglês, resumindo é uma oposição de frustrados e desesperados por poder.

E mesmo aquele que aparece com ideias revolucionárias, acaba por cair na teia... a corja já está entranhada pior que manchas de lixívia em tecido preto.

Eu sei que vamos todos ultrapassar isto, é que apesar de tudo, o povo madeirense sempre conseguiu ultrapassar todas as dificuldades, que seja este o ponto de partida para deixarmos o conformismo de uma vez!

Somos descendentes de inconformados, tenho esperança nesse gene escondido!

Nós os madeirenses somos rijos, somos descendentes dos homens que abriram levadas, cavaram na rocha dura para ser o que somos hoje.

Vamos ultrapassar, vamos sobreviver e continuar a viver. É assim que se vive olhando o futuro da nossa terra, não baixamos braços.

Espero que a nova geração de madeirenses que sentiu na pele esta tragédia, esta geração com mais educação e mais crítica, consiga mudar o rumo da história da nossa terra, e consiga fazer com que essa corja de oportunistas que fazem o que lhes dá na real gana acabe e em vez disso sejamos todos capazes de formar e eleger cabeças realmente preocupadas com o bem comum da nossa região e do resto do país!

Enfim “Life goes on” como dizia TuPac... aqui vos deixo um excerto de uma metragem que escrevi e realizei com o maior prazer junto com colegas de turma e que me ocupou grande parte do tempo deste ultimo mês que passou. “Atlantic Garden”

4 comentários:

  1. Saudações, tive recentemente o prazer (e o que prazer!) de ter acesso a este magnífico blog, por intermediário de uma grande amiga minha.
    Oh rapaz, já pensaste em ser cronista? Estes posts que acabei de ler são de génio. Tenho PENA, que infelizmente o teu talento para a escrita (e não só, a tua capacidade de argumentação e visão periférica das coisas) não possa ser comtemplada por outréns. Agradeço sinceramente estas tuas críticas que para além de nos oferecerem valentes gargalhadas, dão fortes bofetadas nestas polémicas praí existentes.

    Continua a pensar desse modo. Faz falta ao mundo pensadores como tu. Cumprimentos,

    Marco Lima

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  2. Muito obrigado amigo Marco! Continuações também para o seu trabalho na área do teatro! :D

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  3. Olá Vitor,
    Verás que como sempre a culpa morrerá solteira.
    Constatarás que a licença camarária para a construção em linhas de água foi fundamentada sabe-se lá no quê e nem importa!
    O Carnaval politico não tem data marcada e não carece da compra de bilhete para assistir, é publico e está à vista, só eles não se enxergam quiçá pela distância a que fica o o poleiro do poder em relação ao país real.
    Já nada me surprende!
    Kandandos e que a recuperação seja rápida e que a (a)normalidade se volte a instalar.

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  4. Pois, o gosto de certos políticos pela asneira é mais conhecido que o feijão em ementa de quartel.
    Um abraço,

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